Contornos de sensibilidade
Talvez seja do vento, que sopra frio lá fora, ou da chávena de café aromático e quente
que seguro na mão, mas a sensibilidade ganha outros contornos que não os do corpo.
Talvez da alma rebelde, ou do coração quente, quente como a cor vermelha que o pinta,
que dou por mim a pensar, em silêncio a perguntar, para onde vão os sonhos das coisas
não vividas? Das realidades meio sentidas, meio esquecidas?
Para algum recanto escondido da memória?
Para uma gaveta secreta do coração?
Ou simplesmente ficam no tempo guardados, abafados pelo frio da razão?
Que mundos de amor e paz devemos sonhar?
Que realidades devemos (re)inventar, para que a caminhada dos sonhos, se transforme
em pegadas de vida com contornos definidos de pura poesia.
(Patrícia Brandão)