Basalto adormecido
Há dias,
em que sou torrão de basalto adormecido,
sem hora ou lugar
sem saber onde ficar,
outros em que sou onda
que no mar se vai deitar
Outros há, em que sou seio,
ventre que queima,
olhar que acaricia
instante vivido a dois fôlegos
Há instantes,
em que sou menos minha,
e mais filha da lua
arrepio na pele , que veio até mim nua
e vestiu-se de amor verdade.iro
Há dias em que sou simples .mente mulher
e isso basta-me,
preenche-me,
por vezes chego a (trans)bordar-me em poesia,
acrescentando vida aos dias,
fazendo do sangue que me corre nas veias
um imenso campo de papoilas
cujas pétalas dançam na melodia do vento
e sinto que esta foi feita para mim…
(Patrícia Brandão)