Metamorfose
Já não sou a mesma de ontem.
Mudei,
renovei-me por entre partidas e chegadas
mais ou menos (con)sentidas
dependendo da vontade da alma.
E todas as versões de mim,
vejo-as agora, refletidas nas ondas do mar:
as que decidiram partir,
as que ousaram ficar.
De todas elas restou
um traço,
um gesto para relembrar,
que, sem todas as metamorfoses
de ser, estar e pensar
a mim jamais haveria de chegar,
jamais reconheceria a ânsia e a serenidade
de regressar.
(Patrícia Brandão)