A violência doméstica é um crime com “bastante” incidência nos Açores, sobretudo contra as mulheres. A informação foi avançada pelo subcomissário da PSP, Eurico Machado, que falava, à Atlântida, no âmbito da operação “Violência fica à Porta!”, que termina hoje, Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres.
O também porta-voz do Comando Regional dos Açores refere que a finalidade desta operação é sensibilizar, quer vítimas, quer potenciais testemunhas, para este tipo de crime, através das equipas de apoio à vítima, compostas por polícias.
O responsável revela que esta semana houve um contacto mais presencial e uma monitorização das vítimas de violência doméstica. Disse, também, que tem como intuito acompanhar o desenvolvimento do processo-crime, apurar eventuais novas situações que possam surgir, alertando que “a violência doméstica é um crime continuado, que não é apenas e só um episódio, mas muitas vezes são vários que acabam por consubstanciar a prática daquele crime”.
Eurico Machado salienta que a violência doméstica é um crime público, ou seja, qualquer pessoa que presencie ou suspeite de um episódio de violência doméstica “deverá reportar às autoridades policiais e que é dado no imediato início à investigação deste crime”, explicando que isso acontece “independentemente de haver formalização da queixa por parte da própria vítima”.
O subcomissário da PSP afirma que a violência doméstica é um “crime complexo”.
O polícia adianta que apesar de haver violência doméstica contra homens e entre pessoas do mesmo sexo, este crime é cometido, sobretudo, contra mulheres, sendo que a sua maioria é adulta, com idades compreendidas entre os 25 e os 55 anos.
As vítimas são as que maioritariamente fazem a denúncia, salienta o porta-voz da PSP, ressalvando, contudo, que há, embora em menor número, queixas apresentadas por familiares, amigos próximos e vizinhos.
Quanto aos agressores neste tipo de crime, Eurico Machado frisa que são mais os homens adultos.
O responsável revela que quando a PSP recebe uma denúncia é iniciada de imediato a investigação do crime. No que diz respeito às intervenções da PSP, estas desenvolvem-se de duas formas: por um lado, existem as equipas de apoio à vítima, que apostam numa maior proximidade e acompanhamento das vítimas e, por outro lado, há a parte de investigação criminal, onde é aberto um inquérito, com o intuito de recolher os elementos de prova, com a finalidade de serem aplicadas medidas de coação ao autor do crime.
Marcas físicas, ansiedade, nervosismo extremo e tristeza podem ser alguns dos indícios que indicam que uma pessoa está a sofrer de violência doméstica.
Eurico Machado afirma que a população açoriana está cada vez mais sensibilizada para aquele crime público, embora, frise, que ainda, neste âmbito, há bastante trabalho a ser desenvolvido.
Fonte: Rádio Atlântida