A UMAR-Açores – Associação para a Igualdade e Direitos das Mulheres registou, durante o último ano, 108 novos casos de violência, ou seja, dois a três casos novos, por semana. Dados que, segundo a presidente da instituição, se traduzem em cerca de 400 atendimentos e acompanhamentos.
Em entrevista à Atlântida, no âmbito do Dia Internacional da Mulher, que se comemora domingo, Maria José Raposo adianta que a violência física continua a ser o tipo de violência mais frequente.
De acordo com a responsável, a visibilidade do fenómeno da violência é atualmente “muito maior”, na medida em que “está muito mais falado, mais compreendido e identificado”. Para além disso, Maria José Raposo afirma que as mulheres estão cada vez mais sensibilizadas para pedir apoio e têm uma maior consciência dos seus direitos.
A responsável sublinha que os números registados, anualmente, pela associação, “têm vindo a aumentar, em termos de acompanhamentos e atendimentos”.
Para assinalar o dia, a UMAR-Açores leva a cabo, domingo, uma ação em Ponta Delgada, sob o lema “Se as mulheres param, o mundo para”.
A ação terá a sua concentração junto ao Tentorium, nas Portas do Mar, pelas 16h00, seguindo-se uma marcha e uma ação performativa, pelas 17h30, sobre a violência contra as mulheres, nas Portas da Cidade.
Será promovida em articulação com a Greve Feminista Internacional, que assenta em quatro pilares: o trabalho, os cuidados, o consumismo e o campo estudantil e, ainda, com a 5ª Marcha Mundial Mulheres, sob o lema “Resistimos para viver, marchamos para transformar”.
Por sua vez, a fundadora da UMAR-Açores, Clarisse Canha, deixa uma mensagem de alerta no âmbito deste Dia Internacional da luta da Mulher.
Ainda inserido no Dia Internacional da Mulher, o Centro Natália Correia, na Fajã de Baixo, vai acolher, domingo, a partir das 10h00, a Cimeira Feminina 2020, numa iniciativa da GESTA – Associação para o Desenvolvimento Cultural, em parceria com a Câmara Municipal de Ponta Delgada.
O objetivo é promover o debate e a reflexão de temáticas atuais relativas ao lugar da mulher na sociedade açoriana e no mundo. A Cimeira engloba três painéis constituídos por mulheres açorianas que ocupam ou ocuparam lugares de destaque na política, na sociedade, na cultura e noutros setores da atividade.
Fonte: Rádio Atlântida