A pandemia do coronavírus “mexeu por completo com a economia dos Açores” e já fechou todas as atividades ligadas ao turismo e isto tem um “impacto gigantesco”. A afirmação é do presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) que falava, à Atlântida, no âmbito das consequências económicas que o Covid-19 está a provocar no arquipélago.
Mário Fortuna refere que parte da economia, que representava cerca de 20.000 postos de trabalho, está com “uma paragem astronómica”. Tal facto deve-se, segundo o economista, aos aviões que deixaram de voar, aos aeroportos, táxis e rent-a-cars que não têm movimento, aos hotéis que se encontram fechados e aos restaurantes que estão, na sua maioria, encerrados.
O responsável salienta que o setor do turismo “não vive sozinho” e que esta paragem vai afetar todos os outros, dando como exemplo o setor das pescas, que já começa a sentir os efeitos, em que “os pescadores não conseguem mercado razoável para o seu pescado”, afirmando que estamos numa crise “que não pode deixar ninguém indiferente, porque vai afetar toda a gente”.
O presidente da CCIPD fala, ainda, das consequências que a pandemia vai trazer para os Açores a curto e médio prazo.
Quanto às medidas já implementadas pelos governos nacional e regional, Mário Fortuna diz que “serão insuficientes para a dimensão da crise”.
Relativamente às empresas, o economista refere que estas vão “resistir da melhor maneira que souberem” e vão ter “de tomar decisões relativamente à sua sustentabilidade”, afirmando que “pior do que as empresas contraírem é as empresas morrerem”. O presidente da CCIPD afirma que, no seu entender, vai haver muitas empresas a “redefinir a sua dimensão e atividade em função das circunstâncias novas”, salientando que “era importante que as empresas não morressem, porque a falência de muitas empresas vai provocar, outra vez, um retrocesso no desenvolvimento empresarial dos Açores e a economia faz-se com as empresas e empresários”.
Mário Fortuna frisou, também, que “mal estávamos a sair da crise anterior, quando esta, ainda maior que a anterior, se esbate sobre nós”.
Fonte: Rádio Atlântida