A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) promove uma ação voluntária, no próximo fim de semana, para a observação da única ave de rapina diurna nos Açores: o milhafre. Ana Mendonça, responsável pela iniciativa, garante que é importante acompanhar esta subespécie com “um papel fundamental no equilíbrio dos nossos ecossistemas”.
Segundo a técnica de Educação Ambiental, esta ação permite, assim, “ser voluntário e contribuir de uma forma ativa para se fazer ciência”.
Os dados recolhidos pelos voluntários irão permitir aos especialistas aprofundar o conhecimento sobre diversos aspetos da biologia desta espécie, tais como o comportamento e os habitats mais utilizados, bem como a sua evolução.
Contudo, de acordo com a responsável, o milhafre não tem um estatuto de conservação e “sofre muitas ameaças”. Desde logo, electrocussão em linhas elétricas, envenenamento, atropelamento e a “própria interação com os seres humanos pode ser prejudicial”. E, “embora não seja da percepção do público”, o milhafre “é útil na eliminação de pragas, como ratos”, um dos seus alimentos.
Estas aves são frequentemente avistadas a voar ou pairar um pouco por todo o lado, desde zonas florestais e pastagens até aos centros urbanos, entre as 10h00 e as 14h00, consoante o seu período de maior atividade. Qualquer pessoa pode participar no evento, desde famílias e amigos, e devem contatar a SPEA através do email acores@spea.pt para definir o percurso a realizar durante a busca.
Desde o início do censo, em 2006, já participaram 2.645 voluntários em ambos os arquipélagos, Açores e Madeira, e já se observaram perto de 10.000 aves, elevando esta iniciativa ao maior projeto de Ciência Cidadã, coordenado pela SPEA.
Fonte: Rádio Atlântida