Há uma procura cada vez maior dos serviços disponibilizados pela APPDA Açores – Associação Portuguesa para as Perturbações de Desenvolvimento e Autismo, principalmente por parte dos pais de crianças que passam a idade permitida para frequentar a rede de ATL (Atividades de Tempos Livres), que é de 12 anos.
O desespero já bate à porta de muitos pais, em que vários já se viram até obrigados a deixar o seu emprego para terem que ficar com os filhos.
Por isso, Sérgio Santos, coordenador da instituição, adianta que têm sentido a “necessidade e uma pressão” para abrirem mais vagas e darem uma “resposta mais alargada a estas famílias”. Contudo, a “resposta existente é diminuta em relação à procura”.
Atualmente, a associação conta com 25 utentes, que é a sua capacidade máxima, entre os 12 e os 33 anos, encontrando-se muitas crianças e jovens em lista de espera. É o caso do filho de Lina Costa, mãe de um menino autista não verbal, de 10 anos.
Nesse sentido, e em pleno Dia Mundial da Consciencialização para o Autismo, o coordenador da APPDA faz um apelo às entidades competentes.
Sérgio Santos avançou também, à Atlântida, que já se reuniram com a autarquia de Ponta Delgada, cujo feedback tem sido “bastante positivo”, no sentido de “encontrar respostas” para o problema.
Ainda a propósito deste dia, Lina Costa considera que se fala muito em integração, mas “na realidade não é assim que as coisas funcionam”.
Para assinalar o dia, a APPDA-Açores preparou dois momentos de sensibilização. O primeiro, em parceria com a Livraria Letras Lavadas, consiste na leitura de dois contos alusivos à “integração e plena inclusão das pessoas com autismo na sociedade”. O segundo passa por uma ação de sensibilização, que terá lugar na Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel (USISM).
A associação tem duas valências: o Centro de Atividades de Tempos Livres (ATL) e o Centro de Atividades Ocupacionais. A sua missão visa promover a qualidade de vida e a integração social das pessoas com perturbações do desenvolvimento e do espectro autista através da promoção de medidas adequadas quer nas áreas da formação e da educação quer no apoio a prestar aos pais.
O autismo é uma perturbação do neurodesenvolvimento que se caracteriza por dificuldades na comunicação e interação social, associadas a comportamentos repetitivos e/ou interesses marcados por objetos ou temas específicos.
Fonte: Rádio Atlântida