Em 2020, a Liga dos Amigos dos Doentes dos Açores (LADA) alojou mais de 540 doentes deslocados nas suas residências nas ilhas Terceira e São Miguel, perfazendo um total de 2.326 noites. Já este ano, e até 30 de novembro, foram apoiados 1.044 utentes, com um total de 3.193 noites.
A informação foi avançada, à Atlântida, pelo presidente da instituição, que refere que, ao longo dos anos, tem havido um aumento de apoio em alojamento a doentes deslocados. João Enes adianta que para a maior ilha açoriana vêm doentes de todas as ilhas. Já para a Terceira deslocam-se, sobretudo, utentes dos grupos central e ocidental.
O responsável explica de que forma as pessoas têm conhecimento do apoio que a LADA dá.
O também enfermeiro diz que há uma vantagem no que toca aos alojamentos, pelo facto de os doentes deslocados e os seus acompanhantes não se sentirem sós, não só por haver um funcionário da instituição, mas igualmente por terem contacto com outras pessoas “com situações semelhantes que acabam por partilhar experiências e conviver e há um calor humano diferente se forem para um quarto ou um hotel”.
Neste momento, a LADA tem na ilha lilás a “Casa Solidária” que tem capacidade para 14 pessoas, numa lógica de situações menos graves e de curta duração, para além de dois apartamentos, direcionados para tratamento de doenças mais graves e situações mais prolongadas. Em Ponta Delgada, contam com dois apartamentos com capacidade para 12 pessoas, revelando que vão contar, ainda, com um terceiro, passando a ter uma lotação para 18 doentes. Sobre os doentes deslocados que não têm ninguém, a liga tem voluntários que os acompanham, quer para São Miguel, quer para o continente.
A Liga dos Amigos dos Doentes dos Açores existe há 25 anos e, inicialmente, estava direcionada, sobretudo, para o voluntariado hospitalar. Como os anos alargou a sua ação, passando, também, a dedicar-se ao alojamento a preços simbólicos e ao acompanhamento de doentes deslocados para tratamento, cirurgias e consultas na ilha Terceira, e, desde 2020, em São Miguel.
Conseguir manter os protocolos com os sucessivos governos, ter uma sede, retomar e regularizar o voluntariado hospitalar e ter novos voluntários são as principais preocupações da instituição.
Para João Enes, o voluntariado é a “espinha dorsal” da liga, salientando que é uma “forma de envolvimento na e da comunidade e sem isso a mesma perde sentido”.
O presidente da LADA fala dos desafios.
Adiantou, também, que a liga está à procura de alojamento em Lisboa para fazer protocolo, por não haver algo “acessível e ser extremamente caro”. Já no Porto, têm um protocolo, embora este não seja “satisfatório”.
O enfermeiro apelou à população para colaborar, como voluntários, com a instituição.
Atualmente, a LADA tem uma funcionária e dois voluntários em São Miguel e, na Terceira, conta com três funcionárias e mais de 30 voluntários.
Fonte: Rádio Atlântida