Muitos açorianos são diabéticos, mas não sabem que têm a doença. A afirmação é do diretor do serviço de Endocrinologia e Nutrição do hospital de Ponta Delgada, que adianta que esta realidade, para além de ser bastante preocupante, constitui um dos maiores riscos.
Isto porque, sublinha Rui César, quanto mais tarde for feito o diagnóstico, mais problemas os doentes já têm.
O alerta é dado pelo médico endocrinologista no âmbito do Dia Mundial da Diabetes que se assinala no próximo sábado. O especialista frisa que o número de diabéticos tem aumentado na Região, estimando-se que haja atualmente entre 30 a 40 mil diabéticos. Um aumento que não se deve apenas ao maior número de diagnósticos, mas também a uma maior percentagem de obesidade.
Segundo Rui César, ao contrário do que acontece a nível nacional, a prevalência da doença na Região incide mais nas mulheres (55%) do que nos homens (45%).
Quanto às causas da doença, o especialista refere que, face às dificuldades económicas que têm aumentado com o surto pandémico, as pessoas tendem a procurar alimentos mais baratos que são, na sua opinião, os mais tóxicos, os mais açucarados e salgados. A par disso, os níveis elevados de sedentarismo conduzem a um aumento da obesidade que, por sua vez, levam à diabetes.
O médico endocrinologista chama a atenção para o facto desta ser uma doença silenciosa, cujos sintomas por vezes passam apenas por ter muita sede, urinar bastante, e ter muita fome.
Nesse sentido, alerta para a prevenção, salientando para a importância de hábitos saudáveis, nomeadamente alimentações mais “regradas”, evitar o sal, açucares e engordurados, assim como ingerir mais água e fazer exercício físico que pode passar apenas por uma caminhada.
A diabetes é a 6ª causa de morte em Portugal.
Fonte: Rádio Atlântida