O secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, disse hoje, em Angra do Heroísmo, que estabeleceu com os sindicatos representativos da classe médica os princípios e a calendarização do processo negocial de carreiras e remunerações.
À margem de uma reunião conjunta, tida esta manhã com o Sindicato Independente dos Médicos e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, Clélio Meneses referiu que “há linhas de consenso”, mas deixou claro que a reunião “foi sobretudo para identificar aquilo que são as grandes questões que, estruturalmente, os médicos dos Açores entendem como necessárias de resolver”.
O governante foi mais longe e revelou mesmo ter sido estabelecido um prazo para conclusão das negociações, sendo que a próxima reunião entre as partes será já a 15 de janeiro.
“Identificámos um conjunto de matérias que serão aquelas que merecem uma decisão e um acordo”, referiu Clélio Meneses, sublinhando que “não há nada decidido porque o processo negocial começa mesmo hoje”.
Questionado sobre se a situação no Hospital do Divino Espírito Santo, particularmente a questão da recusa dos médicos em trabalharem mais de 150 horas extra, mensalmente, tinha sido discutida com os sindicatos, o secretário regional negou, e referiu que “não houve intermediação dos sindicatos neste assunto”.
“Da parte dos sindicatos não há nenhuma intransigência quanto a esse limite. Houve, de facto, uma posição dos médicos de delimitação das 150 horas, mas grande parte disso até já está ultrapassado. Os diretores de serviço já estão a fazer as escalas com os médicos em São Miguel e estamos a trabalhar no sentido de que, de facto, não haverá nenhuma limitação ao exercício de trabalho extraordinário por parte dos médicos”, disse.
No que respeita ao valor pago por hora extra, Clélio Meneses admitiu a possibilidade de “uma aproximação à Madeira” como sugeriram já publicamente os sindicatos.
“Em termos absolutos os valores não divergem muito e até em alguns casos são superiores os dos Açores, mas no sentido de poder aqui tornar mais fácil a própria aplicação do diploma e de uma forma mais equitativa, vão entendendo que poderá ser equiparado ao valor da Madeira, mas isso é um caminho que vamos adotar durante esta semana”, frisou.
Por último, Clélio Meneses referiu que pretende nos próximos encontros com os representantes dos médicos, realizar “uma abordagem transversal” a um conjunto de matérias que preocupam a classe médica, mas recordou que “algumas das reivindicações já estão resolvidas”.
“Por exemplo, uma das reivindicações que há vários anos era apresentada pelos sindicatos em sede negocial que tinha a ver com o valor da deslocação dos médicos especialistas às ilhas sem hospital, já está resolvida e o valor dos atos em telemedicina também já está resolvido. Há um conjunto de matérias que até já estão resolvidas. Todas as outras esperamos resolver de uma forma consensual”, frisou.
Fonte: Governo dos Açores