O Dia Mundial da Poupança, que se assinala hoje, pretende consciencializar os consumidores para a necessidade de poupar, tendo em conta que o consumo deve ser efetuado de uma forma consciente e responsável. E se for um consumista compulsivo?!
O consumismo também é uma “dependência”, que envolve a prática de ações de forma repetida e compulsiva. Tal como outro transtorno aditivo, há a recompensa ou a gratificação imediata, explica a psicóloga Matilde Dias Pereira, ao ajudar a sinalizar estes casos e como enfrentar esta problemática.
Segundo a especialista, o comportamento é, tendencialmente, consciente. Contudo, o impulso pode ser inconsciente.
“Falta de controlo, ocultar o comportamento ou omiti-lo às pessoas mais próximas” são alguns dos sintomas de quem sofre deste transtorno.
Sentir “sintomas físicos e psicológicos ao tentar travar alguns impulsos como abstinência, angústia, ansiedade” ou “ter pensamentos persistentes sobre comprar algo de forma imediata” são outros sinais de alerta.
Aquando da identificação deste padrão, Matilde Dias Pereira recomenda a ida a um profissional de saúde mental. Nesse sentido, haverá uma abordagem individualizada, com várias formas de intervenção, que passam pela psicológica, farmacológica e social ou grupos de apoio.
À Atlântida, a psicóloga dá ainda algumas dicas de como prevenir este tipo de comportamentos, bem como alerta para as suas consequências, como problemas financeiros.
De acordo com a especialista, o apoio da família e amigos não só é importante como também ajuda a retirar “o peso de cima” do consumidor, que deixa de mentir sobre o processo aditivo e impulsivo.
Todavia, se há pessoas que consomem compulsivamente, também há indivíduos que acumulam dinheiro e têm um medo extremo de o gastar. A psicóloga refere que, nestes casos, pode haver “algum transtorno, alguma necessidade a ser suprida ou um medo irracional”.
Para Matilde Dias Pereira, enfrentar o consumismo exacerbado, é necessário “reconhecer comportamentos incontroláveis e que geram um desconforto psicológico, aceitar “esta fase”, com o pressuposto de que é “válido errar” e, por fim, procurar ajuda de forma a corrigir esta dificuldade.
Fonte: Rádio Atlântida