O responsável pela Autoridade de Saúde Regional, adiantou hoje que, no âmbito dos rastreios que estão a ser desenvolvidos em várias áreas, o setor das pescas está a realizar testes de despiste, em parceria com a Direção Regional das Pescas, pelo facto de “muitos tripulantes das embarcações serem residentes na Região e outros não” e ter que haver rotatividade das tripulações.
Tiago Lopes, que falava no ponto de situação sobre o surto na Região, referiu ainda que “perante uma atividade com diferentes particularidades e necessidades”, foi decidido fazer estes testes “a quem está na faina”, dando as condições de segurança a quem está a trabalhar.
Por outro lado, das várias medidas impostas aos passageiros que chegam à Região, o governante avançou que a quarentena voluntária tem sido escolhida pela maioria.
Em relação à retoma das ligações aéreas, o diretor regional recusou-se a divulgar o que está a ser planeado. Isto quando o presidente do Governo admitiu ontem que está a ser preparada a retoma dos voos inter-ilhas e do exterior para o aquipélago.
Relativamente às quarentenas impostas aos profissionais de saúde que desembarcam no arquipélago, Tiago Lopes referiu que “as deslocações do exterior para a Região são coadjuvantes daquilo que é a normal atividade assistencial do Serviço Regional de Saúde”, adiantando que “independentemente de termos diferentes especialidades médicas nos Açores, para alguns procedimentos ou casos é pertinente a colaboração de especialistas vindos do exterior”. O governante frisou que, devido ao surto, “esta colaboração teve uma interrupção durante algumas semanas”, que originaram “constrangimentos junto dos utentes” e agora a retoma tem que ser assegurada com as “devidas condições de segurança”.
Os Açores contam com 17 casos positivos ativos, 8 suspeitos (aos quais se juntam 2.584 de rastreios preventivos), 550 vigilâncias ativas, 113 recuperações e 16 óbitos.
Ontem não surgiram novos casos de Covid-19.
Neste momento, há seis ilhas sem qualquer caso positivo ativo, sendo que as únicas que ainda registam casos ativos são São Miguel (15), Graciosa (1) e Pico (1). Até ao momento, as ilhas das Flores, Corvo e Santa Maria não registaram nenhum caso positivo.
De acordo com Tiago Lopes, São Miguel registou o último caso a 18 de maio; a Terceira encontra-se sem casos positivos desde 2 de abril; a Graciosa está sem casos desde 18 de abril; São Jorge não regista casos positivos desde 22 de março; o Pico está sem casos desde 7 de abril; e o Faial encontra-se sem casos desde 29 de março.
Em termos de faixas etárias, há 36 pessoas infetadas pela Covid-19 com mais de 80 anos, sendo o sexo feminino o género mais predominante (100 mulheres contra 46 homens).
Quanto às cadeias de transmissão, Tiago Lopes relembrou que estão “completamente extintas” na ilha Terceira; no Pico há apenas um caso positivo ativo remanescente, da cadeia de transmissão primária identificada e, em São Miguel, das quatro cadeias, duas estão extintas e as restantes encontram-se “confinadas”.
Dos 113 recuperados, 77 são de São Miguel, 11 da Terceira, nove do Pico, sete de São Jorge e cinco do Faial.
Quanto a internamentos, estão três utentes internados no hospital de Ponta Delgada, com condições clínicas estáveis e sem qualquer sinal de agravamento dos seus estados de saúde. Em contexto domiciliário encontram-se 14 pessoas.
Desde o início do surto já foram testadas 17.232 pessoas, tendo 14.494 obtido resultado negativo. Até agora foram feitos 18.355 testes nos Açores.
No âmbito dos rastreios que estão a decorrer em várias escolas açorianas, já foram testadas 4.495 pessoas, das quais 3.323 obtiveram resultado negativo, uma positivo (aguarda resultado do terceiro teste) e 1.171 aguardam colheita ou análise laboratorial.
O governante avançou que o rastreio às creches e jardins de infância irá começar em breve.
Relativamente aos profissionais de saúde, já foram testados 3.234. Destes, 3.080 tiveram resultado negativo, cinco são positivos ativos, 21 recuperaram e 128 aguardam colheita ou análise.
Fonte: Rádio Atlântida