Cerca de 30 mil açorianos sofrem de asma. Uma doença crónica, provocada pela inflamação das vias aéreas, e que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera um problema sério de saúde pública.
Em entrevista à Atlântida, em véspera do Dia Mundial da Asma, José Dias Pereira, médico pneumologista, frisa que esta é uma doença “por vezes só episódica”, mas que pode atingir quadros graves”.
Sendo o estilo de vida fundamental para prevenir a asma, o especialista lamenta que os Açores tenham um “grave problema” no controlo das doenças crónicas, como é o caso da diabetes, insuficiências cardíaca, renal, respiratória, entre outras, que ocupam “quase 80% do orçamento da Secretaria Regional da Saúde”.
Tosse seca, pieira, dificuldade em respirar e aperto no peito são os principais sintomas de um ataque de asma.
Apesar da doença ter hoje em dia um menor impacto social, Dias Pereira tem pena que ainda se assista a alguma discriminação de uma patologia que é, em grande parte, genética.
Nesse sentido, o médico imunoalergologista defende que os profissionais de saúde devem “educar o doente para a sua doença”, de forma a que quando esta se agrava, a pessoa sabe “o que tem de fazer em função dessa gravidade para poder atuar” e rapidamente controlar os sintomas.
Contudo, Dias Pereira lamenta que muitos doentes não cumprem a terapêutica prescrita. Por outro lado, alerta que outros tantos não tomam a medicação, mas por falta de dinheiro para comprá-la, realidade que aflige o médico pneumologista. Por isso, apela às entidades responsáveis que urge resolver o problema da pobreza na Região, que “tem solução e não pode ser empurrado para debaixo do tapete”.
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, “um controlo adequado da asma permite a manutenção de uma vida normal, sem limitações”. Daí ser essencial ter um bom diagnóstico e respeitar a terapêutica.
Estima-se que a doença afete 700 mil portugueses.
Fonte: Rádio Atlântida