O ano de 2022 teria sido “espetacular” se não fosse marcado pelas fortes pressões inflacionistas face à recuperação que se vinha a registar na economia internacional pós-Covid-19, bem como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Quem o diz é Manuel Pavão, secretário executivo da União Geral dos Trabalhadores dos Açores (UGT/A).
O responsável referiu que, este ano, o crescimento económico de Portugal atingiu níveis “nunca antes vistos nos últimos 30 anos”, mas aquelas condições vieram trazer “constrangimentos e grandes dificuldades às pessoas”, destacando, contudo, as medidas implementadas pelos governos regional e nacional para mitigar essa situação.
Apesar disso, o sindicalista reivindica um aumento dos salários intermédios.
A UGT/A reclama, também, que o Governo dos Açores dê prioridade ao investimento apoiado nos fundos comunitários de forma “racional e eficiente, tendo em vista um efetivo retorno económico”, bem como a reabilitação do tecido produtivo regional a que se estende ao setor público produtivo da Região. Aquela central sindical espera, ainda, que o executivo açoriano contemple a criação de programas especiais de fixação de pessoas nas ilhas com maior tendência de desertificação, ao nível de incentivos ao investimento e fixação de empresas, da isenção de impostos e taxas, cedência de habitação e majoração salarial. Defende, também, que deve haver uma atuação das entidades inspetivas para que sejam “mais atentas” aos problemas de índole laboral, bem como na área da saúde e segurança social.
Por outro lado, Manuel Pavão manifestou o seu profundo desagrado pelo facto de a medida de meia pensão a todos os reformados não ter sido aplicada aos pensionistas da banca por não serem da Segurança Social, considerando ser uma “atitude injusta e discriminatória” para quem já contribuiu quando o Estado necessitou para o equilíbrio das finanças públicas.
O sindicalista fala ainda do que a UGT/A mais teme no próximo ano.
O responsável considera que há grandes desafios pela frente.
Apelou que as entidades públicas fiquem “atentas” à situação atual, para que esta não se agrave mais e se torne mais difícil para a população.
Manuel Pavão espera que o próximo ano não seja “tão difícil” como alguns prevêem, frisando que têm algumas “reticências” face à atual conjuntura internacional e “incertezas que se geram, tanto ao nível da inflação, como à instabilidade criada pela guerra”.
Fonte: Rádio Atlântida