O presidente da Federação Agrícola dos Açores sublinha que os agricultores, tal como outros profissionais, têm que cumprir obrigatoriamente a sua rotina, para que os açorianos tenham alimento à sua mesa.
Neste sentido, e face à pandemia do novo coronavírus, Jorge Rita adianta que um dos receios do setor é saber como os agricultores se vão salvaguardar, caso a doença atinja principalmente os produtores de leite e de carne.
O responsável alerta que “se houver uma situação pontual em alguns produtores”, é necessário que as autoridades competentes “sejam tolerantes naquilo que poderá ser a circulação de algumas pessoas a transitarem nalgumas explorações para colaborar e ajudar”.
Se os produtores forem afetados direta ou indiretamente pela doença Covid-19, o presidente da Federação Agrícola dos Açores defende que é necessário criar um gabinete de crise regional.
Por outro lado, Jorge Rita lamenta que não haja ainda medidas, por parte do Governo Regional, para que a agricultura não saia mais fragilizada do que se encontra atualmente.
Das medidas anunciadas, a nível nacional, o presidente da Federação Agrícola dos Açores discorda com o adiamento das prestações à segurança social, porque “não é solução para o problema”. Defende, sim, que as empresas sejam “capitalizadas, para poderem manter o mesmo nível de emprego e as suas explorações como empresas agrícolas, no sentido de continuarem com a mesma mão de obra, ou até possivelmente aumentá-la, e a produzir bens essenciais. Por outro lado, e relativamente às linhas de crédito, anunciadas pelo Governo da República, Jorge Rita diz que estas só contribuirão para mais endividamento e, por isso, defende que deveriam ser criados “apoios diretos aos produtores e às empresas, com o compromisso de estas manterem a sua atividade e postos de trabalho”. Outra medida que Rita considera urgente passa pela “antecipação das ajudas da União Europeia, a nível do POSEI, para todas as produções agrícolas da região”.
Para o responsável, é fundamental que o setor agro-alimentar mantenha o compromisso do abastecimento com a menor perturbação possível e, neste sentido, apela à indústria para que não envie cartas aos produtores a alertar para a quantidade de leite existente. Além disso, Jorge Rita defende que os industriais deveriam ter, nesta altura, uma “atitude muito mais solidária, não só com a população em geral, mas essencialmente com os produtores, que obrigatoriamente têm que fazer, todos os dias, a ordenha das vacas.
Fonte: Rádio Atlântida