A SATA pretende poupar 65,3 milhões de euros em 2025 através de um plano “conservador” e ‘desenhado’ com 40 medidas. Estas são repartidas em três objetivos estratégicos para potenciar o aumento de receitas, reduzir custos operacionais e a reestruturação dos Serviços de Suporte do grupo.
Rui Coutinho, presidente do conselho da administração da SATA Holding, à margem da apresentação do Plano de Sustentabilidade 2025 que decorreu esta manhã, em Ponta Delgada.
Para aumentar as receitas, será introduzido vendas a bordo, uma otimização do plano operacional com a eliminação de algumas rotas deficitárias (nomeadamente, voos do Porto e do Funchal para os Estados Unidos e Canadá), disponibilização de espaços publicitários nas aeronaves e operação das obrigações de serviço público (OSP) aéreo nacionais.
Segundo o dirigente, o processo de privatização da Azores Airlines ainda decorre, sem “ qualquer novidade”, nem prazo para concluir as negociações com o consórcio concorrente.
Recorde-se que o Governo dos Açores anunciou, em 02 de maio, o cancelamento do concurso de privatização da Azores Airlines e o lançamento de um novo, alegando que a companhia estava avaliada em seis milhões de euros no início do processo e vale agora 20 milhões, negando que as reservas sobre o consórcio concorrente tenham pesado na decisão.
Será ainda feito um Retrofit da frota, em três aeronaves A320 NEO, para aumentar a capacidade de passageiros, de 168 para 180 lugares, e a reorganização da oferta no transporte de carga para ganhos de eficiência.
Para a incrementação da eficiência operacional, será eliminado, até março, o serviço de catering em alguns percursos entre Portugal Continental e os Açores, e entre os Açores e a Madeira, que terá um impacto de 4,5 milhões de euros.
Outras medidas englobam a automatização de processos para reduzir o tempo de rotação das aeronaves e melhorar a pontualidade. Sobre a frota, não estão previstas “renovações”, mas sim a possibilidade de adquirir um Bombardier Q400.
Quanto à reestruturação dos Serviços de Suporte, o reforço dos canais de atendimento nos aeroportos, a modernização do Contact Center (com um impacto financeiro de 4 ME) e a melhoria dos serviços de Customer Care são outras medidas previstas no Plano de Sustentabilidade Financeira.
O grupo SATA manteve, nos primeiros nove meses de 2024, a tendência de crescimento já registada no ano passado, mas o resultado líquido acumulado é negativo em 43,6 milhões de euros. Nesse sentido, a situação financeira da empresa é “débil” e incapaz de fazer face aos seus principais compromissos com colaboradores, fornecedores e com o Estado.
Trata-se de um plano “dinâmico”, elaborado pelas equipas de gestão do grupo SATA, alinhado com as perspetivas para o setor do transporte aéreo no ano de 2025, de forma a assegurar que a companhia aérea opere de forma eficiente e sustentável, centrado nas necessidades dos passageiros e do arquipélago.
Fonte: Rádio Atlântida