O representante da República para a Região Autónoma dos Açores referiu, esta sexta-feira, que o “mundo mudou”, devido à guerra na Ucrânia, afirmando que “o que está a suceder hoje na Ucrânia”, amanhã “nos pode suceder a nós se formos complacentes e contemporizadores”.
Pedro Catarino que discursava, esta sexta-feira, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesa, referiu que a defesa da Ucrânia representa “muito mais do que a sua própria sobrevivência”, salientando, que “representa a nossa própria defesa e segurança, a defesa do espaço de liberdade e democracia em que nós próprios vivemos e em que queremos continuar a viver”.
“São os valores da democracia e do estado de direito, é o modelo económico, é a visão do mundo, baseado num sistema global multilateral, que paulatinamente temos vindo a construir, que estão ameaçados e postos em causa”, salientou o representante da República para os Açores.
O responsável frisou, ainda que “é o projeto europeu, de uma União Europeia da qual fazemos parte, generosa, aberta, democrática, livre, espaço de paz, justiça e prosperidade para todos”.
Fazendo uma referência à NATO, o responsável referiu que é o “sistema de segurança coletivo que nos protege” e que “assegura a independência e integridade dos seus membros e estabelece uma dissuasão contra qualquer agressão externa. Portugal, e em particular os Açores e a Base das Lajes, constitui uma peça importante da arquitetura de segurança da NATO”.
Disse, também, que “são os valores referidos, que fazem parte do nosso ADN e da nossa identidade e sobre os quais desejamos construir o nosso futuro e o futuro dos nossos filhos, que estão a ser contestados por um regime ditatorial, imperialista e revanchista. E neste dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas devem ser reafirmados com todo o vigor”.
Pedro Catarino defendeu que “temos de estar unidos na afirmação dos nossos valores e preparados para nos sacrificar para que nos possamos dotar, juntamente com os nossos aliados, dos meios necessários à garantia da nossa segurança, contra possíveis agressores, em defesa de um mundo livre”.
No seu discurso, o representante da República para os Açores deixou, ainda, uma mensagem aos jorgenses, referindo que os seus pensamentos e preces vão para os habitantes da ilha de São Jorge “que viveram no passado recente momentos de incerteza devido à atividade sísmica e possibilidade de uma erupção que felizmente tem vindo a desvanecer-se”.
Antes de terminar, Pedro Catarino evidenciou que “cidadãos livres não são necessariamente aqueles que vivem em paz, com pão, casa e cuidados de saúde e de educação. Cidadãos livres exigem mais, exigem que lhes seja reconhecido o direito de escolha do quadro político em que desejam viver, que lhes seja reconhecida a liberdade de expressão, a liberdade de discordarem com os governantes, de elegerem quem muito bem entendam, de desenvolverem as atividades privadas da sua escolha e de não aceitarem o jugo de ditaduras sem legitimidade democrática”.
O Serviço Regional de Saúde, a Santa Casa da Misericórdia da Horta e os médicos Francisco Rego Costa e Luís Brito de Azevedo foram as entidades e personalidades agraciadas nos Açores pelo responsável.
Antes da atribuição das medalhas, que teve lugar no Solar da Madre de Deus, foram hasteadas as bandeiras de Portugal, dos Açores e da União Europeia, defronte dos Paços do Concelho de Angra do Heroísmo, ao som dos respetivos hinos, interpretados pela Filarmónica Recreio de Santa Bárbara.
Fonte: RA