Integrar na sociedade pessoas em situação de exclusão social extrema ou de vulnerabilidade é a finalidade do novo projeto da Novo Dia – Associação para a Inclusão Social.
(In)Visíveis é como se intitula a iniciativa que visa desconstruir a imagem de que as pessoas deportadas e sem abrigo são “menos humanas, não têm sentimentos e que não têm qualquer valor”.
Daniela Soares, coordenadora técnica da iniciativa, em entrevista à Atlântida, adiantou ainda que vão oferecer formação certificada, tanto para os beneficiários diretos do projeto, bem como para os profissionais que trabalham com estes.
O programa, que vai abranger cerca de 40 indivíduos diretos, sem abrigo, sem teto, pessoas deportadas ou toxicodependentes, da Novo Dia, da Cáritas de São Miguel e da Alternativa – Associação Contra as Dependências, vai ter início em março e terá duração de um ano. A responsável referiu, ainda, que com a formação de 15 profissionais vão ser beneficiadas, indiretamente, cerca de 400 pessoas.
Segundo a coordenadora técnica, vão ser desenvolvidas atividades quer internas, que vão desde a formação dos grupos de partilhas de experiências, passando pelos workshops e peças teatrais, quer externas, nomeadamente visitas recreativas a espaços de São Miguel, a centros de dia ou escolas, entre outras.
Daniela Soares fala do que esperam no final do projeto.
A responsável deseja, ainda, que o projeto-piloto seja replicado pelas equipas que trabalham com este público-alvo.
A coordenadora da iniciativa afirma que sabe que, por exemplo, a população sem-abrigo “incomoda”. No entanto, Daniela Soares defende ser necessário haver mais “empatia” por parte da comunidade, porque “poderia ser um de nós ou alguém próximo” e que “não gostaríamos de ser enxovalhados como se não fossemos uma pessoa com sentimentos, que pensa e com competências”. Diz, também, que estes indivíduos têm capacidades e o mais importante “é saber quais são”, salientado que embora isso não seja tão simples, o primeiro passo pode ser o de “dar uma oportunidade”.
O projeto (In)Visíveis, um dos projetos vencedores do Prémio BPI “La Caixa”, na secção Rural de 2020, arranca a 1 de março e prolonga-se até 28 de fevereiro de 2022.
Fonte: Rádio Atlântida