É na Terceira, nos Açores, onde predomina a produção da castanha viana. Em pleno Dia de São Martinho, Conceição Filipe, técnica da Fruter – Associação de Produtores de Frutas, de Produtos Hortícolas e Florícolas daquela ilha, revela que “este é um setor complicado e pode estar em declínio”.
A engenheira agrícola sente que “há falta de descendência familiar para manter as quintas produtivas”.
Nesse sentido, Conceição Filipe acredita que, para haver continuidade do setor, é necessário “estimular e dinamizar as camadas mais jovens”. Além disso, existem poucos apoios do Governo Regional, bem como é preciso estimular “o gosto pela produção” e promover mais visitas de estudo para mostrar esta atividade distinta.
Segundo a responsável, este foi um “ano atípico na área frutícola, com uma colheita muito mais baixa do que em anos anteriores devido a situações climáticas anormais”.
Outra problemática corresponde às doenças e pragas, que estão a ter uma maior expressão nos últimos tempos. Um fungo, diagnosticado em 2023 no arquipélago, tem provocado a podridão deste fruto.
Raquel Costa, produtora local, garante que, apesar das adversidades, conseguiu, no norte da ilha açoriana, nos Biscoitos, apanhar “uma castanha com bom calibre, bom tamanho e livre de pragas”.
Contudo, neste ano, a sua colheita é “insuficiente” para exportação. Ainda assim, acredita que este pode ser o caminho a percorrer.
Raquel Costa defende, assim, que é preciso “valorizar ainda mais” os produtos regionais. “Apostar nas associações, na informação ao consumidor e incutir a educação pela fruta” são outras das suas recomendações para evitar o fim da produção da castanha.
Fonte: Rádio Atlântida