O barulho de quem está quieto, debruçado em si, como se numa janela com vista para o
mar, ou encerrado num único poema, por vezes assemelha-se a ventania!
Esta desalinha os pensamentos, a alma, o corpo, e o tempo preso nos cabelos.
Traz novos mundos à vida. Novos rumos aos sonhos.
Expande o olhar.
Rasga o sujeito e o predicado.
Molda o sentir.
E não há volta a dar. Não há como voltar atrás, e continuar igual.
É como despir a pele, camada a camada, até que não fique nada que não seja
verdadeiramente teu.
É buscares nas raízes da tua essência a liberdade de seres tu mesma.
É finalmente vestires-te de ti sem medo ou pudor.
(Patrícia Brandão)