Cem palavras…
Há dias onde não cabem rimas
ou palavras longas
onde é necessário refrear o sentir
e deixar o rio das horas seguir
sem margens
ou pontes entre tempos
Dias em que o corpo
deixa-se entorpecido
e as memórias deixam cair o véu
com que se vestem mar e céu
onde o silêncio é abrigo
de tudo o que te arde no peito
Há dias,
em que a vida acumulada em ti
e o cansaço da jornada
não cabem em rimas
ou em palavras demoradas,
apenas na intimidade confidente
do teu silêncio
que te afaga por dentro
e te perfuma com pétalas de suavidade
(Patrícia Brandão )