O secretário regional da Agricultura e Florestas defendeu, na ilha Terceira, a importância do diálogo entre a produção de leite e a indústria, como forma de se conseguir ultrapassar os constrangimentos causados pelos limites impostos aos produtores, uma situação que se perpetua, pelo menos, desde 2015.
“Esta situação, como sabemos, é muito penalizante para alguns produtores de leite. Na ilha Terceira há esta situação particular de ainda haver direitos de produção”, referiu João Ponte, acrescentando que o Governo dos Açores, mais do que acompanhar com preocupação, está a avaliar a situação e a procurar criar condições para que todos os envolvidos possam dialogar, em benefício do setor e dos agricultores.
O governante, que falava segunda-feira, no final de uma reunião com direção da UNICOL, considerou que o mais importante, nesta fase, é continuar a trabalhar em sintonia, propondo soluções construtivas e não defendendo posições que contribuam para a divisão do setor leiteiro.
“O que importa neste domínio é trabalhar com persistência, continuar a dialogar e procurar soluções que sejam menos penalizantes para os produtores. Isso faz-se com diálogo e com trabalho de proximidade”, afirmou João Ponte.
O secretário regional salientou que a situação do setor leiteiro era já desafiante, mas com a pandemia o desafio ficou ainda maior, com a redução do preço do leite a nível europeu, com a mudança dos hábitos de consumo, a diminuição do poder de compra, entre outros aspetos que acabam por ter efeito no setor dos lacticínios na Região.
Da parte do Governo dos Açores, frisou João Ponte, tem sido feito um “trabalho sério, permanente e dedicado” em prol do desenvolvimento e da sustentabilidade do setor leiteiro, que tem contado com uma grande articulação e diálogo permanente com os agricultores, com a Federação Agrícola dos Açores e com as indústrias de lacticínios.
A redução do efetivo e da produção leiteira em 20%, mantendo o mesmo nível de apoios no programa POSEI, a possibilidade da reconversão de explorações de produção de leite em produção de carne de bovino, através da atribuição de direitos ao prémio às vacas aleitantes em ilhas como São Miguel, Terceira e Graciosa, ou ainda o novo regime de cessação da atividade agrícola, mais benéfico para quem quer sair da atividade, são medidas que dão um sinal claro de esperança no futuro e que vão contribuir para a reestruturação do setor leiteiro nos Açores.
Fonte: Gacs