Desvalorização para com os seniores e a importância dos convívios para quebrar a solidão que os assola são algumas das confissões que marcaram o Dia Internacional do Idoso, celebrado hoje, aquando a nossa visita ao Centro Social e Paroquial de Nossa Senhora das Neves, na freguesia da Relva, em Ponta Delgada.
Estrela, de 70, trabalhou 22 anos na Igreja e tinha, desde nova, um pressentimento que ia casar com um homem carpinteiro. Um palpite que acabou por se realizar. Atualmente, reformada, diz que a confraternização que desfruta na instituição é “muito importante” para si. Tal como ela, outros partilham a mesma opinião.
Já Odete, de 83, tem seis irmãos e na adolescência, os pais não tinham possibilidades para lhe “dar estudo”. Aos 12 anos, viu-se obrigada a trabalhar na Fábrica Micaelense até aos 21. Depois, casou e ficou em casa a cuidar da família. A perda do filho, aos 13, foi um dos momentos mais infelizes da sua vida.
Na convivência com a juventude, um sentimento comum à comunidade sénior do Centro Paroquial da Relva, é que os adolescentes desta geração “não tratam bem os idosos”, nem “têm paciência” para passar tempo com eles.
Por sua vez, Jeremias, de 78 anos, combateu na Guerra do Ultramar em 1967. Memórias agridoces, que o “fizeram um homem”. Tem “saudades da sua mocidade”, da “sua liberdade” e não esconde que a tropa foi a sua segunda família.
Já Lúcia, sempre ambicionou ter filhos e, agora com 77, o seu sonho é ter todos os familiares juntos de novo. Como diz que a idade mais avançada lhe trouxe “todo o tempo do mundo”, sempre que pode, vai visitá-los ao Canadá.
Sobre o envelhecimento, Teresa confessa que as suas 72 primaveras trouxeram-lhe maturidade e deixa uma mensagem a todos os idosos da região.
O Dia Internacional do Idoso comemora-se anualmente a 1 de outubro. Este dia foi instituído em 1991, pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de sensibilizar a sociedade para as questões e os desafios do envelhecimento e a necessidade de proteger e cuidar da população mais idosa.
Fonte: Rádio Atlântida