Famílias numerosas não têm apoios sociais adequados à sua realidade, considera membro de associação

As políticas em Portugal associadas às famílias estão “sistematicamente ligadas a políticas sociais”. Um “erro profundo” porque tal “cria distorções nos modelos de família nos diferentes estratos da sociedade”.

Quem o considera é Nuno Cardoso Dias, pai e membro da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) nos Açores.

O responsável, que falava, à Atlântida, em pleno Dia Internacional da Família, frisa ser importante criar medidas para que as famílias consigam ter os filhos que desejam.

Apesar de tudo, Nuno Cardoso Dias defende que são as famílias numerosas que contribuem para a “sustentabilidade” da sociedade a vários níveis.

No que toca aos maiores desafios enfrentados pela sua família, composta por quatro filhos de 20, 18, 16 e 14 anos, o progenitor revela que estão relacionados com a coordenação de horários. No entanto, Nuno Cardoso Dias assegura que sempre procuraram encontrar “ocupações” que lhes permitissem acompanhar as crianças, vincando que é algo “importante e relevante” e a sociedade devia continuar a gerir o tempo entre trabalho e família, como na pandemia.

Na sua opinião, ter irmãos é “importantíssimo a muitos níveis”. Desde logo, “na forma como as crianças se desenvolvem; na segurança que têm; no desenvolvimento de relações sociais vinculativas; e no crescimento”.

Sobre a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, o responsável afirma que a instituição os tem apoiado, sobretudo em relação ao trabalho realizado junto das autarquias e do governo para que “cada filho conte, para que o rendimento da família seja determinado por cabeça e não, por exemplo, por sujeito passivo”, entre outros.

O Dia Internacional da Família assinala-se hoje. Uma data especial para celebrar o amor, a união e os laços que nos conectam com os familiares. Foi criada para promover a consciencialização sobre a importância da família na sociedade.

Fonte: Rádio Atlântida