Em Portugal, houve, em 2023, um aumento de 33% de crimes de ódio, face a 2022.
Dados avançados, à Atlântida, por Daniela Soares, coordenadora do CIPA – Centro de Informação, Promoção e Acompanhamento de Políticas de Igualdade, que falava no âmbito da formação sobre “Discursos de Ódio”, que decorre, amanhã, na ilha de São Miguel.
A responsável realça que se registaram 347 crimes, em Portugal, devido ao ódio, o que considera “grave”.
No que toca à região, a também socióloga revela que, apesar de não ter dados, foi realizado um “estudo exploratório” qualitativo pelo Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (CICS.NOVA.UAc) da Universidade dos Açores, que tem por base os discursos produzidos por jovens através das redes sociais.
De acordo com Daniela Soares, os discursos de ódio podem ser proferidos “por qualquer pessoa e em qualquer contexto”. No entanto, quando são emitidos por elites políticas, por pessoas que têm influência e peso na sociedade estes têm repercussões “muito mais graves e violentas”, pois a população tem acesso de forma mais fácil ao incitamento. Alerta, também, que a morte pode ser o crime mais grave cometido por alguém por ter sido incitado pelos mesmos.
O evento, que tem lugar, amanhã, no Centro Natália Correia, em Ponta Delgada, vai debruçar-se sobre os discursos xenófobos e racistas e conta com vários oradores.
A formação, que decorre das 9h00 às 12h30, é aberta a qualquer pessoa, carece de inscrição (https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeUcl_rCW-wLQLyMwCvb-GI1K9FHeb0BPE-R-PSH45p8fMCZw/viewform?pli=1), embora haja a possibilidade de os interessados aparecerem no local e assistirem à mesma. A iniciativa pode, ainda, ser assistida online, caso a inscrição seja feita com antecedência.
Recorde-se que os discursos de ódio são qualquer ato de comunicação que inferiorize ou incite ódio contra uma pessoa ou grupo, tendo por base características como raça, género, etnia, nacionalidade, religião, orientação sexual ou outro aspecto passível de discriminação.
Fonte: Rádio Atlântida