Nos últimos 20 anos, os Açores registaram cinco períodos de seca (2008, 2011, 2015, 2018 e 2024). A informação foi avançada, à Atlântida, pela meteorologista e investigadora do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Fernanda Carvalho, que refere que os mesmos têm tido uma periodicidade de cerca de três anos.
A especialista explica que as situações de seca são típicas das zonas subtropicais, como é o caso do nosso arquipélago, face ao bloqueio do anticiclone que faz com que a frente polar não avance.
Revela, no entanto, o que é esperado até ao final do século.
A meteorologista, que falava em pleno Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação, afirma que, de uma maneira geral, os períodos de seca na região atingem todas as ilhas, adiantando, contudo, que as ilhas de Santa Maria e Graciosa, por não possuírem muitas montanhas, são as que podem sentir um pouco mais esse fenómeno. Pelo contrário, as ilhas de São Miguel e Terceira podem não sofrer assim tanto, pois possuem zonas mais montanhosas o que leva a uma maior condensação e, por conseguinte, mais água.
Fernanda Carvalho evidenciou a colaboração que o IPMA tem com o Governo dos Açores, em fornecer-lhes os índices de seca, permitindo a prevenção destas situações. Salienta o facto do executivo ter criado o Plano de Secas e Escassez de Água.
Relativamente à desertificação, uma consequência da seca, a especialista frisa que não se verifica nos Açores.
Sensibilizar as populações e governos quanto à necessidade de cooperação mundial, no que respeita à desertificação e à seca, é o intuito deste dia.
Fonte: Rádio Atlântida