Pela primeira vez, as comemorações do Dia da Região Autónoma dos Açores contaram com a intervenção de deputados de todas as bancadas parlamentares. Assim, os representantes das oito forças políticas intervieram neste dia que serve para celebrar a açorianidade e a Autonomia.
A sessão arrancou com o deputado e líder do PAN/Açores, Pedro Neves, que afirmou que a região se encontra numa “encruzilhada” entre a “coesão açoriana” e “sobranceria do aproveitamento separatista” em que se tenta influenciar a consciência de que “cada ilha olhe por si”.
Por sua vez, Nuno Barata, da Iniciativa Liberal, frisou que os Açores são unidos na diversidade e apesar das ilhas serem diferentes “não temos que ser desunidos”. Para além disso, realçou o novo quadro politico partidário, bem como sublinhou a importância de reatar o processo da revisão da autonomia.
Já Paulo Estevão, líder do PPM/Açores, acredita que a atual pandemia será vencida e que se está a poucos dias de olhar para o futuro com esperança e ambição. Por outro lado, lamentou que “a solidariedade do Estado português e da União Europeia não chegou nos piores momentos da atual crise”.
António Lima, do Bloco de Esquerda, frisou, no seu discurso, que “só a autonomia garante a unidade das nove ilhas”, mas que esta “não se pode ficar por aquilo que conquistou a nível político, nem pelos progressos alcançados”. O bloquista centrou ainda a sua intervenção na crise que foi agravada pela pandemia.
Lima finalizou o seu discurso dizendo que “não há na autonomia democrática e solidária lugar para centralismos”
Por seu turno, Carlos Furtado, líder do grupo parlamentar do Chega no parlamento açoriano, traçou, na sua intervenção, o retrato da açorianidade, salientando a importância dos açorianos reivindicarem os seus direitos e a necessidade de serem corrigidas várias assimetrias.
Catarina Cabeceiras, líder do grupo parlamentar do CDS-PP/Açores, sublinhou que a “unidade açoriana constrói-se com persistência”, dando a máxima atenção a todas as ilhas.
O líder do grupo parlamentar do PSD/Açores, Pedro Nascimento Cabral, considerou que o debate possibilitado pela nova configuração do parlamento regional se tem revelado “deveras proveitoso”.
Da parte do PS, a deputada Marta Matos realçou que a autonomia é um processo de sucesso, mas alertou que é necessário aprofundá-la. Disse ainda que “o caminho percorrido não é o ponto de chegada, mas o ponto de partida”.
O Dia dos Açores foi instituído pelo parlamento regional em 1980, visando “comemorar a açorianidade e a autonomia do arquipélago”.
Este ano, devido ao formato reduzido imposto pela Covid-19, não houve lugar à imposição de condecorações.
Fonte: Rádio Atlântida