“A chegada do outono é, para muitos, um período de maior tristeza, angústia, e às vezes, de algum vazio, muito associado à alteração da estação”. Quem o diz é Ana Catarina Pimentel, psicóloga clínica e terapeuta EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento através do Movimento dos Olhos), a propósito da depressão sazonal.
Segundo a especialista, este transtorno não surge “apenas na transição do verão para o outono, mas também na passagem do inverno para a primavera”. Para o diagnóstico, os sintomas deverão ocorrer durante dois anos seguidos, sem haver interferência de “outro tipo de episódio depressivo ao longo do ano”.
Já na mudança do inverno para a primavera, os sinais “são antagonistas”. Insónia, diminuição do peso, irrequietude e agitação são alguns dos sintomas. Tais como ansiedade e aumento da irritabilidade.
O aumento do consumo de álcool e o isolamento social são outros fatores de alerta para procurar ajuda qualificada e técnica. Nesse aspeto, a família e os amigos têm um papel fundamental na alteração do comportamento.
Quanto às opções de tratamento, Ana Catarina Pimentel refere que são as mesmas do que “para uma depressão do tipo mais comum”. O primeiro passo será consultar um médico, quer seja de Medicina Geral e Familiar, quer seja um psiquiatra para recolher a algum medicamento psicofármaco.
Já no caso da depressão sazonal específica, recorre-se à fototerapia em alguns países.
Para diminuir o efeito do transtorno no inverno, a psicóloga clínica recomenda aumentar a exposição à luz para evitar a queda da seratonina e da melatonina, que têm impactos diretos, quer nos padrões de sono, quer no humor. Nesse sentido, ter acesso a uma janela, no local de trabalho e em casa, praticar exercício físico como caminhadas na natureza.
A especialista refere ainda que pessoas com “familiares diretos que tenham tido/ou tenham episódios depressivos recorrentes ou que tenham um historial bipolar na família” são os grupos mais susceptíveis para o surgimento da depressão sazonal.
Fonte: Rádio Atlântida