Está a haver um “agravamento da exploração e um ataque aos direitos dos trabalhadores”. A denúncia é feita pelo líder da CGTP/Açores, que falava, à Atlântida, sobre as queixas apresentadas pelos trabalhadores açorianos aos sindicatos afetos àquela estrutura sindical, neste período de pandemia de Covid-19.
João Decq Mota refere que a pandemia está a causar “sérios problemas” à economia da região, afetando assim as empresas. Contudo, com o pouco tempo de paralisação, defende que “não se pode por tudo em causa”.
O dirigente sindical revela alguns dos abusos denunciados.
João Decq Mota salienta que as empresas não se podem aproveitar e “dizer, de um dia para o outro, que está tudo mal”, referindo que não é em 15 dias que todas as empresas estão em situação difícil. Apesar disso, acrescentou que estas vão ficar numa situação complicada, mas que “é preciso ter em conta as medidas que estão a ser tomadas”, frisando que as que o Governo Regional implementou, tendo em conta as nacionais, “se forem aplicadas de imediato, vão fazer face a este impacto que esta pandemia está a causar”. O sindicalista referiu que outras medidas deverão ser tomadas “mas a seu tempo, para poder fazer com que a nossa economia não colapse”.
Relativamente às medidas futuras, o lider da CGTP/Açores defende que os direitos dos trabalhadores e a contratação coletiva têm que ser respeitados, sendo esta a “base”, frisando que para aquela estrutura sindical “está mais que provado que quando temos uma melhoria salarial e um trabalho mais estável, a economia tem tendência a estabilizar e a melhorar, porque os trabalhadores quando têm possibilidade e meios para poderem se sustentar, obviamente que esse dinheiro é injetado na economia”.
O dirigente sindical adianta algumas das reivindicações.
Intervenção da Inspeção Regional do Trabalho nas ilicitudes dos despedimentos do trabalho, bem como dotá-la de mais meios humanos e técnicos foram outras das reivindicações enumeradas.
João Decq Mota apelou para que “ninguém se cale perante quaisquer ofensivas e injustiças” e reafirma aos trabalhadores “a sua firme disposição e o seu inabalável compromisso de agir na defesa dos seus interesses e direitos”. Disse ainda que há que combater o novo coronavírus, mas, também, “temos de combater, ao mesmo tempo, a lei da selva nas relações laborais”, salientando que “os direitos não estão de quarentena, nem suspensos ou liquidados e esta é a hora de os defender ainda mais”.
Fonte: Rádio Atlântida