A Câmara Municipal de Ponta Delgada apresentou esta quarta-feira à noite, no Coliseu Micaelense, a publicação 9 Bairros, em papel, a Estratégia Cultural de Ponta Delgada 2030 e o projeto de candidatura de Ponta Delgada | Açores a Capital Europeia da Cultura – Azores 2027.
Na ocasião, o Presidente Pedro Nascimento Cabral destacou a aposta da autarquia numa Política Cultural Municipal, cujo financiamento médio anual ultrapassa os 2,4 milhões de euros e aposta na descentralização, diversificação da oferta, criação de novos públicos e sensibilização para a educação através da arte.
Esta política cultural assenta, ainda, na valorização das infraestruturas de suporte e do património, no apoio à criação, na exibição e divulgação, e no fortalecimento de redes e parcerias com os agentes socioculturais locais.
Adiantou que o reforço do investimento municipal na Cultura reflete-se na sua totalidade na Estratégia Cultural de Ponta Delgada 2030, apresentada no emblemático edifício do Coliseu Micaelense.
“A estratégia é sustentada nos vários planos municipais e deve beneficiar do plano regional e europeu disponíveis, salientando que a mesma já está em implementação e segue programada mediante três fases até ao ano de 2030”, disse.
Reafirmando o desejo do Município em passar à segunda fase da Azores 2027 (a apresentação será a 10 de março), o edil disse que este projeto é “um determinante impulso ao novo paradigma cultural que se pretende para Ponta Delgada numa década”.
A cultura, referiu, “é um verdadeiro ponto de união entre os diferentes agentes de desenvolvimento, potencia o progresso social, cultural e empresarial, e afirma a identidade”, sendo que a Azores 2027 “reforça a nossa ambição de reafirmar a nossa cidadania europeia e o compromisso com a celebração e o aprofundamento do projeto europeu a partir dos Açores, tendo como meta um verdadeiro Arquipélago Europeu da Cultura”.
Estratégia Cultural de Ponta Delgada 2030
Para Pedro Nascimento Cabral, a Azores 2027, que faz parte da Estratégia Cultural de Ponta Delgada 2030, “já é um indicador da mudança de paradigma cultural que tanto almejamos, porque é a única, entre as candidaturas portuguesas, que conta com o apoio de um Movimento Cívico com mais de 800 subscritores nas nove ilhas, cidadãos de várias áreas, sensibilidades e faixas etárias da comunidade, que são verdadeiros guardiões deste projeto”.
Deixando uma palavra de reconhecimento ao Movimento Cívico, o Presidente disse que este é “mais um garante da concretização da visão da Estratégia Cultural de Ponta Delgada 2030 naquele que é o seu propósito de implementação de práticas enraizadas de colaboração entre entidades e agentes culturais de Ponta Delgada, de São Miguel e dos Açores”.
Para o edil, a Estratégia Cultural de Ponta Delgada de 2030, aprovada pela Assembleia Municipal em dezembro de 2021, “não se encerra na candidatura ou na sua desejada concretização. É uma estratégia realista, porque está alinhada com as principais agendas estratégicas europeias e internacionais em que o ano de 2030 constitui um grande marco global relativamente às prioridades temáticas para a Cultura e outros contextos sectoriais associados. Aposta na possibilidade de trabalhar em articulação com todo o Arquipélago, com a Europa e o Mundo tendo a cultura como catalisador da transformação social, cultural e económica, alinhada com as principais agendas estratégicas europeias e internacionais”.
Adiantou que a estratégia é também humanista, porque “integra a educação como facilitadora da leitura do legado patrimonial e as possibilidades de expressão criativa como ferramentas de construção da cidadania. Integra, ainda, a parceria com a Universidade dos Açores no potencial científico para o conhecimento sistematizado e atualizado das práticas culturais e dos impactos no bem-estar das comunidades”.
No fundo, pretende-se “criar o sentido do lugar, o conhecimento e o reconhecimento do lugar físico e imaterial a que pertencemos, o arquipélago global que somos, além de os modos e os instrumentos que podem beneficiar os mais relevantes desafios económicos, sociais e ambientais da atualidade, além do legado de uma sociedade mais justa e inclusiva para as gerações futuras”.
Como parte integrante da Estratégia Cultural de Ponta Delgada 2030, Pedro Nascimento Cabral destacou o papel inclusivo e colaborativo dos programas a ela associados que reforçam o significado colaborativo e inclusivo da candidatura Azores 2027, como é o caso do 9 Bairros, a publicação digital participativa, agora transformada em papel, também com o objetivo de “criar pontes de união entre as ilhas açorianas e entre todos os que nelas vivem e se inspiram”.
Projeto abrangente
No início da apresentação, o Vereador da Cultura e Coordenador Executivo da candidatura Azores 2027, Sérgio Rezendes, afirmou que que este projeto abrange o conhecimento da identidade dos pontadelgadenses, o resgate da memória, as sete artes e a divulgação intergeracional e intercultural.
“Queremos envolver todos os que cá vivem, a nossa Diáspora, aqueles que escolheram a nossa terra para viver e quem nos visita, promovendo animação nas nossas 24 freguesias, com uma atenção especial ao centro histórico de Ponta Delgada, e o regresso aos eventos que marcam a nossa identidade, como as Festas do Senhor Santo Cristo, as Festas do Divino Espírito Santo e todos os eventos que esta autarquia sempre promoveu antes da pandemia”, acentuou.
António Pedro Lopes, Diretor Artístico da candidatura Azores 2027, cujo trabalho foi reconhecido por Pedro Nascimento Cabral, além de apresentar todos os eixos deste projeto municipal, destacou a importância deste setor a vários níveis do desenvolvimento.
A Estratégia Cultural de Ponta Delgada 2030, foi apresentada pela consultora e especialista cultural da OPIUM, Lda , Ana Pedrosa, parceira da autarquia neste projeto.
Fonte: CMPD