A Câmara de Ponta Delgada quer implementar o modelo “Housing First” (Primeira Habitação, em português), que consiste em tirar pessoas da rua e dar-lhes uma casa, com a finalidade de estas se tornarem autónomas.
A apresentação do projeto está a ser feita ao longo do dia de hoje, Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, em Ponta Delgada, através de uma formação de capacitação de diversos responsáveis de várias instituições e associações do concelho, que trabalham com indivíduos em situação de sem-abrigo e toxicodependentes.
Pedro Nascimento Cabral, presidente da autarquia, disse, aos jornalistas à margem da iniciativa, que o fenómeno da mendicidade está a crescer em Ponta Delgada e como forma de combater esta situação, as “entidades públicas têm o dever de programar um campo de atuação”.
Questionado sobre se há a possibilidade de colocar os sem-abrigo em casas e não em quartos, o edil revela que já há duas moradias para esse efeito.
Por sua vez, Américo Nave, psicólogo clínico e diretor executivo da Crescer – Associação de Intervenção Comunitária, explicou em que consiste o projeto.
O responsável adianta que o modelo tem sucesso por diversos fatores.
Américo Nave afirma que a linha de sem-abrigo “é mais ténue do que nós pensamos”, salientando que “qualquer um de nós se pode encontrar numa situação de sem-abrigo” e pensar em nós de como gostaríamos de viver, se em sítios partilhados ou individuais.
Assegura que o projeto tem mostrado que “pessoas que não se habituaram em espaços partilhados, conseguem manter-se durante anos em apartamentos individuais”.
De acordo com um estudo da Associação Novo Dia, até dezembro de 2020, havia quase 500 pessoas em situação de sem-abrigo nos Açores.
Fonte: Rádio Atlântida