A proposta do Bloco de Esquerda que recomenda à autarquia de Lisboa o alargamento da gratuitidade dos transportes públicos a todos os estudantes até aos 23 anos, abrangendo também os estudantes açorianos deslocados, foi hoje aprovada em Assembleia Municipal.
Atualmente, apenas os estudantes com residência fiscal em Lisboa têm acesso gratuito aos transportes públicos. Uma situação que o Bloco considera injusta porque deixa para trás milhares de jovens deslocados que estudam em Lisboa, incluindo os açorianos.
“Tal como está a ser implementada, todos os e as estudantes deslocadas ficam sem acesso a esta medida. Lisboa é das cidades com mais estudantes deslocados, sendo que estes são os estudantes que mais dificuldades encontram, financeiramente, para manter o seu percurso de estudos”, refere a recomendação, que foi aprovada por maioria, apenas com os votos contra do CDS e do Chega.
A Assembleia Municipal, por iniciativa do Bloco de Esquerda, quer que a autarquia garanta o acesso gratuito aos transportes públicos aos estudantes deslocados mediante a apresentação anual de um certificado de inscrição ou de permanência em instituição do ensino superior de Lisboa.
O Bloco salienta que “o passo já dado coloca Lisboa na frente no que toca a políticas tarifárias de mobilidade”, mas que “a situação de injustiça criada tem que ser rapidamente resolvida”.
A proposta aprovada salienta que já aderiram ao acesso gratuito aos transportes públicos 10 mil estudantes de Lisboa, o que demonstra que é uma “medida eficaz” e que este é um caminho que deve ser “gradualmente estendido a todo o território”.
A gratuitidade dos transportes públicos é uma ferramenta essencial para aumentar o número de pessoas que utilizam os transportes públicos, reduzindo a dependência do transporte individual, responsável por uma percentagem significativa de emissões de gases poluentes.
Recorde-se que o acesso gratuito aos transportes públicos para estudantes foi a primeira proposta que o Bloco de Esquerda fez na Assembleia Municipal, com a diferença que não deixava nenhum estudante para trás, porque incluía todas as pessoas que estudam em Lisboa.
Fonte: BE/A