O Bloco de Esquerda vai propor a realização de um estudo urgente, pela Universidade dos Açores, para avaliar o impacto do encerramento de escolas no processo de aprendizagem e para identificar estratégias de recuperação que permitam, a curto prazo, atenuar as desigualdades geradas pelo ensino à distância, que, no conjunto do país, está a ser aplicado, neste momento, apenas nos Açores, particularmente na ilha de São Miguel. A proposta foi anunciada hoje pelo deputado António Lima, durante a audição da secretária regional da Educação.
Ainda sobre o ensino à distância, o deputado do Bloco de Esquerda considerou inaceitável que existam alunos no regime de ensino à distância, devido ao encerramento das escolas, que não têm os equipamentos necessários, nomeadamente computador e acesso à internet.
Depois dos problemas verificados no ano letivo passado, com a falta de equipamentos, não é aceitável que este governo tenha decidido encerrar escolas sem garantir a disponibilização de computadores para todos os alunos que necessitam.
“Não há ensino há distância sem equipamentos”, salientou o deputado do Bloco de Esquerda.
António Lima recordou que na legislatura anterior foi aprovada uma proposta do CDS que recomendava ao governo que garantisse que todos os alunos e professores tivessem acesso gratuito a computadores e internet durante o ensino à distância, mas que, agora que este mesmo partido integra o governo, estas condições não estão asseguradas.
Ainda sobre o encerramento das escolas, o Bloco regista que São Miguel é o único local do país com um encerramento generalizado de escolas e com a restante atividade económica em funcionamento, e salienta que o Governo Regional não conseguiu fundamentar esta decisão com argumentos técnicos objetivos. “Espero que não estejam a colocar a Economia à frente da Educação”, disse António Lima, que lembrou que o que está em causa é o futuro de milhares de crianças e jovens.
O deputado do Bloco fez ainda questão de salientar que o caso de Rabo de Peixe é extremamente preocupante, porque as escolas estão fechadas há meses.
Relativamente às medidas anunciadas ontem, pelo presidente do Governo Regional, o Bloco de Esquerda lamenta o exagero na burocracia exigida para aceder aos apoios para quem tem que faltar ao trabalho para acompanhar os filhos que estão em casa, e considera que os apoios às empresas têm que exigir como contrapartida a manutenção de todos os postos de trabalho, “algo que não ficou claro nas declarações de José Manuel Bolieiro”.
Segundo uma nota do partido, “o apoio aos pais para acompanhar os filhos cujas escolas estão encerradas só surge depois de o Bloco de Esquerda entregar uma proposta semelhante no parlamento. Basta revisitar as declarações quer do presidente do Governo Regional, quer do vice-presidente, sobre este apoio, para perceber que inicialmente não tinham intenção de o concretizar”.
Fonte: BE/A