“A importância que a astronomia tem para os Açores, será por enquanto, mais ao nível da cultura científica e educacional”. Quem o diz é Pedro Garcia, comunicador de ciência, do Observatório Astronómico de Santana – Açores (OASA).
Em entrevista à Atlântida, em pleno Dia Mundial da Astronomia, o responsável refere, ainda, que devido às condições meteorológicas imprevisíveis da Região, o arquipélago “acaba por não ser um local preferencial para se instalar grandes telescópios e grandes equipamentos de observação direta”.
Pedro Garcia diz que a população está cada vez mais sensibilizada para a astronomia e para participar nas atividades, salientando que desenvolvem as ações de forma a que “não seja ciência pura e dura”, onde se afastam “do ensino formal” e aliam o divertimento ao conhecimento e que isso pode ter ajudado a “aliciar” as pessoas a chegar até ao observatório e só depois é que as conseguem conquistá-las com a ciência. Revelou, ainda, que o OASA tem realizado cerca de 50 atividades por ano e tido uma média de 16.000 visitantes.
O comunicador de ciência refere que as “consequências positivas” do trabalho do OASA só poderão ser visíveis a longo prazo, esperando que em 2030 haja um grupo de jovens a trabalhar nas áreas da física, astronomia, matemática e noutras ciências, por terem tido uma “experiência positiva” nos centros de ciência e com o observatório em particular.
Questionado de como tem lidado o OASA com a pandemia, Pedro Garcia refere que continuaram a chegar ao público através da via digital, mas que não foi possível realizar todas as atividades que aquele observatório desenvolve junto do público, porque algumas delas exigem “proximidade na interatividade”. Por esta razão aquele espaço deixou de usar o planetário e de poder levar a cabo a atividade de observação astronómica. Contudo, tentam ir ao encontro do seu público de forma digital, oferecendo a este, por exemplo, atividades para fazerem em casa.
Como abril é o mês da astronomia, o responsável adiantou que há oficinas experimentais que foram adaptadas aos visitantes para que estes possam desenvolver experiências sem a “obrigação do contacto social”. Estão, também, programadas algumas idas às escolas de São Miguel, estando, no entanto, dependentes da evolução epidemiológica da ilha. Assinalar algumas comemorações, como o Dia do Sol é outra das intenções do OASA. Pedro Garcia alertou, também, a comunidade para estar atentas ao site do observatório, porque durante este mês vão disponibilizar diversas ações para que as pessoas possam realizar em casa.
Fonte: Rádio Atlântida