A ansiedade foi a perturbação mais evidente na população durante a pandemia de Covid-19. A afirmação é da presidente da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos.
Maria da Luz Melo, que falava à Atlântida, sobre as perturbações psicológicas causadas pelo confinamento, refere que a ansiedade foi provocada pela incerteza, devido ao novo coronovírus.
Aumento da tristeza e, posteriormente, depressão foram outras das consequências apontadas pela psicóloga, explicando que “se a tristeza foi superior a duas semanas e se a pessoas sentiram menor capacidade de sentir prazer pelas coisas que habitualmente faziam”, pode ter levado àquele distúrbio mental. Relativamente a pessoas com Transtorno Obsessivo Compulsivo, Maria da Luz Melo refere que, por exemplo, as pessoas que têm rituais de limpeza e o facto de terem de desinfetar tudo devido ao novo coronavírus, a situação pode ter levado a um agravamento.
Quanto ao confinamento das famílias e como lidaram com aquela condição, a responsável salientou que isso dependeu das condições da cada uma, bem como do relacionamento que tinham antes da pandemia de Covid-19. Frisou que as famílias que tinham espaço para as crianças brincarem e que tinham material suficiente para realizarem o teletrabalho e a telescola, a vivência foi vivida de forma diferente daquelas que não possuíam, afirmando que foi uma situação “bastante desafiadora”.
Maior dificuldade das crianças envolverem-se em tarefas, aumento das birras e maior dificuldade de concentração foram alguns dos efeitos que o confinamento trouxe a algumas crianças, principalmente quando não houve “uma reorganização da dinâmica familiar”.
Maria da Luz Melo alerta a população para os cuidados que deve ter neste período de desconfinamento.
A psicóloga chama, ainda, a atenção à comunidade para que mantenha os cuidados de higiene divulgados pelas entidades de saúde para conter a propagação da Covid-19.
Fonte: Rádio Atlântida