Durante este tempo de pandemia, a Associação dos Imigrantes nos Açores (AIPA) acompanhou, através dos seus Centros Locais de Apoio à Integração dos Imigrantes de São Miguel e Terceira, cerca de 400 imigrantes com o objetivo de perceber de que forma o surto pandémico afetou a vida destes.
Leoter Viegas, vice-presidente da AIPA, em entrevista à Atlântida, revelou que muitos imigrantes ficaram em situação de vulnerabilidade devido ao desemprego.
O responsável adiantou que os imigrantes que ficaram desempregados vão poder usufruir do subsídio de desemprego, enquanto que os que não têm esse direito poderão recorrer, por exemplo, ao Rendimento Social de Inserção (RSI), outros, ainda, que não conseguem nenhum desses rendimentos, a AIPA e outras entidades estão a acompanhar o processo e a ajudá-los com bens alimentares, através do Banco Alimentar. Leoter Viegas revelou que em novembro, última vez que atribuíram o cabaz alimentar a imigrantes, apoiaram cerca de 39 agregados familiares.
O vice-presidente daquela associação afirmou que o Estado Português teve um papel “muito importante” nesta fase de pandemia.
Leoter Viegas referiu, ainda, que a AIPA está a acompanhar “com muita atenção” a questão da pandemia e que os centros locais de apoio da associação estão preparados para prestar auxílio aos imigrantes. Adiantou que em 2020 tiveram mais 30% dos atendimentos em relação a 2019, ou seja, até novembro deste ano fizeram 1.340 atendimentos, enquanto que no ano transato atenderam 1.032 imigrantes. O vice-presidente disse que esse aumento se deve ao novo procedimento do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), em que algumas das situações puderam ser solicitadas através da AIPA.
Quanto a perspetivas para o próximo ano, o responsável tem expetativa que as “vacinas surtam o efeito desejado”, afirmando, no entanto, que é muito difícil perspetivarem o ano que se avizinha, porque este foi “trágico em termos de atividade económica e que o desemprego disparou e isso vai-se refletir em 2021”.
Fonte: Rádio Atlântida